Grupo de Pesquisa em Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico estreia no Congresso Intercom

Fundada no dia 12 de dezembro de 1977 em São Paulo, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom é uma instituição sem fins lucrativos, com foco no fomento e troca de conhecimento entre pesquisadores e profissionais da comunicação. A instituição, além  de promover encontros periódicos e simpósios, promove, também,  um congresso nacional, chamado de Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,  um dos mais prestigiados na área da pesquisa em comunicação.

O Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em sua 45ª edição, aconteceu entre os dias 5 a 9 de setembro, no Estado Paraíba, tendo sido organizado pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. O tema de 2022 foi “Ciências da comunicação contra a desinformação” e pela primeira vez, em 45 anos, o congresso Intercom tem um grupo de pesquisa para discutir comunicação antirracista. 

GP de Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico

Em 2022 o Grupo de Pesquisa em Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico estreou no evento. A ementa do grupo se baseia em analisar as hierarquias raciais estabelecidas na produção, veiculação e recepção de mensagens nos diversos tipos de mídias, em articulação com as relações de classe, gênero e sexualidade. Além de estudos sobre as práticas comunicacionais independentes, de caráter antirracista e contra-hegemônico e sobre as relações entre comunicação, tecnologias da informação, raça e racismo e suas articulações com questões territoriais, de gênero, sexualidade e classe.

O grupo, que se concentra em pesquisas sobre a relação entre comunicação e perspectiva afrodiaspórica, possui como linhas de pesquisa principais:

  1. Representatividade racial no jornalismo, relações públicas, publicidade, cinema e audiovisual;
  2. Políticas de comunicação e diversidade racial;
  3. Racismo algorítmico;
  4. Tecnologias digitais, vigilantismo e racismo;
  5. Comunicação das periferias e grupos excluídos a exemplo das pessoas LGBTQIA+;
  6. Imprensas negra e indígena; entre a opressão e resistência;
  7. Mídia, Povos e Comunidades Tradicionais;
  8. Opressões e resistências no campo da Comunicação;
  9. Desinformação e discursos de ódio racial;
  10. Internet e narrativas antirracistas; cibertivismo;
  11. Políticas de Ações Afirmativas e cotas raciais;
  12. Branquitude e identidade hegemônica;
  13. Epistemologias antirracistas, comunicação, decolonialidade e necropolítica;
  14. Raça, identidade e interseccionalidade;
  15. Comunicação e literatura racializada como prática de resistência;
  16. Comunicação, história, memória e oralidade;
  17. Combate ao epistemicídio e aspectos metodológicos da pesquisa em comunicação e questões étnico-raciais;
  18. Mídia, estereótipo, religião de matriz africana e tradição;
  19. Quilombos e luta pela existência;
  20. Corporeidade, saberes, experiência negra e indígena;
  21. Racismo e relações culturais (dança, estética, cinema, música etc.).

O grupo é coordenado pela Professora Márcia Guena dos Santos, docente do curso de Jornalismo da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e pelo Professor Richard Santos, escritor, pesquisador, docente e extensionista lotado no Centro de Formação em Artes e Comunicação na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). 

Trabalhos Publicados no GP de Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico

O Intercom 2022 recebeu um total de 965 artigos, desses, 748 textos foram enviados aos Grupos de Pesquisa (GPs) e 217, ao Intercom Júnior (IJ). Especificamente o GP em Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico recebeu 37 artigos, estando entre os cinco grupos com mais trabalhos submetidos. 

Entre os trabalhos apresentados no GP, há o da nossa Fundadora e Diretora Executiva Taís Oliveira (UFABC) em co-autoria com nosso tutor Tarcízio Silva (UFABC) Tecnologias Emergentes: reflexões a partir da Intelectualidade de Milton Santos e do nosso também tutor Marcus Vinicius de Jesus Bomfim (UFF) sobre Midiatização da ciência: mudanças na dinâmica de circuitos e circulação do conhecimento protagonizado por pessoas negras

A seguir destacamos alguns dos trabalhos do GP e a lista completa poder acessada aqui

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