Ter acesso à dados e informações são formas deter o conhecimento e o acesso à informação estratégicas e extremamente importantes para grandes transformações. O relatório “Afrofeminist Data Futures” traduz essa realidade e aborda a importância dos dados para os movimentos afrofeministas, além de como essas informações podem ser grandes potências para transformações sociais.
A pesquisa foi realizada por Neema Iyer, fundadora e diretora da Pollicy, organização cívica de tecnologia, Chenai Chair, especialista em política digital e gênero e Garnett Achieng, pesquisadora de dados e direitos digitais. Foram analisados dados para compreender a existência e suas mais diversas práticas de movimentos feministas do continente africano. Sendo assim, primeiramente, mapearam alguns movimentos e feita uma análise documental, analisando textos literários e acadêmicos sobre feminismo, decolonialidade, estudos científicos e tecnológicos.
Além disso, entrevistaram 20 pessoas stakeholders-chave para compreender tudo que engloba sobre os movimentos. Outras metodologias foram discussões direcionadas em grupo, coleta e análise de dados e a formação de um conselho consultivo com cinco organizações feministas.
Os resultados da pesquisa trouxeram análises sobre o futuro da tecnologia associada ao gênero e os todos os impactos causados por esses hiatos. Os principais problemas apontados pela pesquisa transitam pela dificuldade para a utilização de dados, a disparidade digital quando falamos de gênero, falta de políticas de capacitação, falta de dados discriminados por gênero, desfasamento temporal entre levantamentos nacionais em grande escala, dificuldade para acessar dados governamentais, falta de recursos e despriorização da causa, entre outras.
Para completar, o relatório identifica preocupações com o uso de dados, questionando se as informações coletadas a partir de dados de pesquisas cumprem o seu papel, sendo agentes de transformação social. A ética dos dados coletados de fontes secundárias, a manipulação e motivações políticas no âmbito dos dados acessíveis e retraumatização dos inquiridos, assegurando que o benefício da pesquisa possa superar qualquer dano potencial para os participantes.
Centros de dados independentes e interseccionais e parcerias eficazes de intercâmbio de conhecimentos estão no topo da lista das recomendações sugeridas a curto prazo pelas ativistas entrevistadas. Já a longo prazo, a criação de formas de valorização de diferentes tipos de dados e o fortalecimento de políticas de segurança para mulheres foram as principais sugestões.
A pesquisa é retrata como os dados são importantes para grandes mudanças sociais. A detenção de informação é uma forma de poder para compreender o comportamento social, as propostas e sugestões de determinado grupo. E, para os movimentos feministas, a valorização dos dados, o acesso, a transparência e a detenção dessas informações são ferramentas essenciais para uma sociedade com menos desigualdade de gênero e mais segurança para as mulheres.
Ficou curioso ou curiosa para ler a pesquisa completa? Acesse o link e confira.